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Homenagem a todos que construiram esta história
Através do projeto Música de São Paulo – da Catira ao Rap, estamos homenageando todos os compositores (as), cantores (as), músicos, personagens e movimentos que fizeram a cultura musical paulista tão grandiosa:

Desde os primórdios, os tambores indígenas, seus rituais, suas danças: o cururu, o cateretê, a catira. A chegada do homem branco, a figura dos jesuítas, que trouxeram as melodias, as modinhas e os cânticos religiosos, até hoje perpetuados nas tradicionais Festas do Divino, de São Benedito, de São Gonçalo, pelo interior do Estado. A música e a dança que vieram do mar- a Marujada, a chegada dos negros, para trabalhar na lavoura, trazendo sua cultura, seus batuques: o Congado, o Reisado, a Umbigada, todos os ritmos e tradições religiosas e profanas que foram incorporadas na música dos paulistas.

O homem simples e sábio do campo que pegou a Viola trazida pelos portugueses e originou o que chamamos de música caipira, que é a matriz mais identificada com a tradição musical de São Paulo. Depois essa música absorveu o lirismo, que foi acentuado com a chegada dos imigrantes italianos que vieram viver por aqui, deixando suas melodias mais românticas e seus ritmos menos acelerados. Essa música caipira ou música sertaneja que permeou quase todo Século XX e continua mais viva do que nunca nos dias de hoje na vida de São Paulo.

As rodas de sambas nas ruas e os grandes conjuntos regionais, que ajudaram a popularizar o samba em São Paulo, tanto nos programas radiofônicos, como atuando e acompanhando os grandes nomes que surgiam na nossa música.

Os primeiros compositores do samba paulista, um time imenso que passa por alguns personagens mais antigos, como o Toniquinho Batuqueiro, Talismã , Pato N'Água, sem falar nos tradicionais: samba de bumbo, samba dos engraxates, as rodas de Samba da Sé, o Samba de Tietê, de Pirapora e muitos outros.

Os mestres do choro e os regionais que popularizaram esse gênero, nesse caso, não podemos deixar de citar o grande Zequinha de Abreu e o seu Tico-Tico no Fubá, que conquistou os quatro cantos do mundo.

O samba que ganhou destaque e popularidade numa São Paulo cada vez mais grandiosa e acompanhou seu rápido crescimento. Os compositores que se tornaram os repórteres da cidade. A crônica do cotidiano nos sambas do grande Adoniran Barbosa e de Paulo Vanzolini. As melodias refinadas do maravilhoso Geraldo Filme e uma sequência de bambas que surgiram no samba em São Paulo. A personificação do samba paulista na figura de Germano Mathias e a história viva do samba de São Paulo na figura de Oswaldinho da Cuíca. E tem muito mais, o Zimbo Trio, o Jongo Trio, e todos os trios paulistas pós-bossa nova, que deram status internacional à música popular produzida em São Paulo. Os compositores Eduardo Gudin, Carlinhos Vergueiro, Toquinho, entre outros, que deram seqüência a obra dos mestres sambistas da paulicéia. Todos os sambistas, artistas da rua e do povo que ajudaram e ainda ajudam a humanizar a vida de São Paulo.

As escolas de samba, sempre presentes na história da música paulista mesmo enfrentando a popularidade do Carnaval Carioca, mantiveram a tradição e conquistaram o espaço merecido na mídia, atualmente. Destaque para a figura ilustre do saudoso Nenê da Vila Matilde.

Os eternos cantores da noite e de todos os dias, Roberto Luna, Mauricy Moura, Francisco Petrônio, Agnaldo Rayol, sem esquecer do maravilhoso Jair Rodrigues e do saudoso Agostinho dos Santos. As orquestras do Maestro Záccaro e Maestro Zezinho e a Orquestra TV Som.

Justa homenagem também para as cantoras que sempre enfeitaram a música de São Paulo, com destaque para o pioneirismo de Zica Bergami e sua "Lampião de Gás" que continua na memória do povo brasileiro. Para a personalíssima Isaurinha Garcia, a mais paulista das cantoras, Dalva de Oliveira, Maysa, Alda Perdigão, Márcia, Jane Duboc, Vânia Bastos, Eliete Negreiros, Mônica Salmaso e tantas outras, até chegarmos aos dias atuais de Sandy, Céu, Maria Gadu e tantas mais que surgem, ratificando toda a grandeza do universo feminino na música paulista.

Os movimentos musicais e culturais que São Paulo sempre acolheu e eternizou, como a Semana de Arte Moderna de 22, encabeçada pelos irmãos Oswald e Mário de Andrade. A Jovem Guarda que começou no Rio, mas se firmou em São Paulo. Os Festivais da TV Record que nos anos 60 deixaram marcas eternas e profundas na MPB, revelando nomes importantes, que atuam na linha de frente da nossa música até hoje. Sem falar no movimento tropicalista encabeçado por baianos, mas que aconteceu em São Paulo.

O som de Itamar Assumpção e a Isca de Polícia e todos que junto com ele fizeram o movimento que ficou conhecido como Vanguarda Paulistana, com sua modernidade, revolucionando a música brasileira. Não podemos esquecer também do Walter Franco e sua música original e da singularidade de Guilherme Arantes.

O rock de São Paulo que se instalou desde sempre, antes com a galera da Jovem Guarda: Jerry Adriani, Sergio Reis, Demétrius, Ronnie Cord, Sergio Murilo, Tony e Cely Campelo, Wanderléia, Martinha, Vanuza, Antonio Marcos vários outros que mesmo não sendo paulistas fizeram da jovem guarda um movimento moderno e com a cara de São Paulo. Os conjuntos de rock importantes na cena de São Paulo, como The Fevers, do Netinho e do Manito, O Som Nosso de Cada Dia, o Terço, RPM, Casa das Máquinas, Os Mutantes e a Rita Lee, o Tutti Frutti, o punk rock dos Inocentes entre outros. E nos dias atuais de Titãs, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Ira e tantos nomes que integram a cena rocker mais recente de São Paulo.

O som que se rotulou de brega, também encontrou ressonância em SP e o seu povo é responsável por fenômenos de popularidade que ganharam todo Brasil, eternizando sucessos radiofônicos e televisivos. Mamonas Assassinas e o pagode, gênero genuinamente paulista, são alguns desses fenômenos.

Nossa homenagem especial aos nomes importantes da música clássica no Brasil ao lado de Villa-Lobos: os paulistas Mozart Camargo Guarnieri, de Tietê e o maestro e compositor Antonio Carlos Gomes, de Campinas - este autor da famosa ópera “O Guarani”.

Homenageamos todas as duplas caipiras e sertanejas, através de Tonico e Tinoco, a mais importante e mais querida dupla caipira de todos os tempos.

Os exímios músicos e instrumentistas através do Maestro Paulo Moura, paulista que ajudou a projetar a excelência do musico brasileiro no mundo.

Aos novos talentos de São Paulo, nomes como Céu, Tulipa Ruiz, Curumin, Marcelo Jeneci, Anelis Assumpção, Tiê, Kiko Dinucci, Leo Cavalcanti, entre tantos outros artistas promissores que nascem e se apresentam diariamente pela cidade.

Sintam-se homenageados, todos que ajudaram a escrever a rica história da Música de São Paulo. Todos sem exceção, pessoas e entidades que de alguma maneira ajudaram a dar identidade a essa música e compuseram tão bem a trilha sonora da vida dos paulistas.

Deixamos aqui o nosso convite para que todos conheçam um pouco mais sobre esses e outros artistas no nosso mural, e também a prestar lá sua homenagem a quem mantém viva a Música de São Paulo.

Salve a Música e o Músico paulistas, salve os muitos novos talentos que ainda estão por vir, dando seqüência a essa linda história e que passarão a fazer parte desse universo rico e maravilhoso.

Salientamos que esse é só um olhar nosso sobre a Música de São Paulo, com a certeza de que nunca, jamais poderá ser um olhar definitivo, pois assim como São Paulo, sua música também não para nunca.
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